SOBREVIVENDO

Arde em frio a vagar na rua vaga...
Longa noite. Febril e sonolento
Bebe da chuva a água que alaga
A rua escura, ao frêmito do vento.

Faísca o céu. Relâmpago sangrento
Clareia o espaço e logo em breu se apaga
A merencória luz do firmamento
Num vendaval de luzes e de praga.

Esse momento ínfimo de tudo,
Passa na vida como de repente
Passa um mendigo, tímido e mudo.

Como feliz lhe fora a vida sendo
Um barco apenas, solto na corrente
Da vida, sem viver, sobrevivendo.
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LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 03/06/2012
Reeditado em 05/06/2012
Código do texto: T3703919
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