Chaga
Seu corpo vive em mim, perene chaga
pulsante, que jamais se fecha, cura,
e sangra mais e mais na noite escura,
na qual, minha alma andeja, triste vaga.
Meu ser caminha ao léu, demais divaga
porque lateja a dor – que em mim perdura –
e me devora aos poucos, me tortura,
renasce, cresce e espalha, mais que praga.
Cultivo, em mim, fantasmas e quimeras
- aos quais me entrego tão passiva e exangue-
perdida de paixão, de mim perdida.
As garras do abandono e das esperas
- a chaga que me esvai em mar de sangue –
escavam, mais e mais, voraz ferida.
Brasília, 03 de Junho de 2012.
Seivas d'alma, pág. 108
Seu corpo vive em mim, perene chaga
pulsante, que jamais se fecha, cura,
e sangra mais e mais na noite escura,
na qual, minha alma andeja, triste vaga.
Meu ser caminha ao léu, demais divaga
porque lateja a dor – que em mim perdura –
e me devora aos poucos, me tortura,
renasce, cresce e espalha, mais que praga.
Cultivo, em mim, fantasmas e quimeras
- aos quais me entrego tão passiva e exangue-
perdida de paixão, de mim perdida.
As garras do abandono e das esperas
- a chaga que me esvai em mar de sangue –
escavam, mais e mais, voraz ferida.
Brasília, 03 de Junho de 2012.
Seivas d'alma, pág. 108