Tecidos do Tempo

No coração das coisas flutuantes

que no sentido agudo revelou,

cabe a verdade do que fora antes

de quando um corvo por aqui pousou.

Se me levou, e se me teve arfante

a migração que do meu peito sou,

não saberia se o desejo ante,

foi desespero pelo que passou.

Nas mãos o toque, o futuro estreita,

passa tão perto, e no além respeita,

fazendo nuvem o sentir completo.

Tudo que é nosso no momento algoz,

nunca se perde. O destino a sós

canta a leveza do que foi decreto.