Encantos do Luar
À notívaga Vilminha, dedico
Encanta a Lua – vagando – entre a neblina leve,
a faixa cinza e prata a cintilar perdida
no céu de espuma e renda, e nas estrelas deve
o manto negro à gota a iluminar-se crida.
E para a luz candente, a natureza e vida;
um toque azul se acossa ao pontilhar de neve
a trança espessa, triste, e do horizonte a lida
flameja a aura ardente, e sensação se atreve.
Na linha tênue e fina, as emoções marejam
um céu de pranto envolto, e madrugar desejam
em cada noite – prece – e no infinito, a Lua.
Qual onda doce em nota, o sonho vivo clama
o canto, graça e lira, a se espargir da chama
do breve encanto à noite, eternizando a rua.