CHAMA
(Lena Ferreira)
Deitada no teu leito ternamente
cubrindo-te com meu fogo sagrado
isenta de pudor e de pecado
sussurro poesias, lentamente.
Percorro tua pele que, tão quente,
derrama-se em suores destilados
inflama a nossa alma, lado a lado
e aumenta o meu desejo, já ardente.
A chama acesa permanece pura
enquanto o amor no leito se derrama
num frenesi que beira à loucura.
O tempo, adormecido, não reclama;
enquanto nós trocamos ternas juras
segredos viram cinzas nessa chama.