A CIGARRA E O POETA.

O verão, aprendi ainda em menino,

é da cigarra, ébria cantadeira,

que canta, na ilusão, o sol a pino,

de vê-la e ouvi-la a natureza inteira.

O sonho é do poeta - o peregrino,

que lavra o solo e planta a sementeira

de fé, e ébrio de sonho, canta o hino

da esperança que leva na algibeira...

A cigarra e o poeta: um só destino

de cantar e sonhar sem eira e beira,

no seu mundo singelo e pequenino.

Sonho e poesia, sol e luz - poeira

de esperança e de fé, planger de sino

em apelo de paz sem ter fronteira.

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