Temperança
Saibas, Fábio, que a vida humana é curta.
E aquele que se lança nela e não se furta,
Às vezes, não colhe dela seu melhor fruto,
Na vida, muitas vezes, fica, apenas bruto.
Mas, desta vida, se quiseres viver tudo,
Aprendas tu que, às vezes, ficando mudo,
É que se apreende as coisas desse mundo;
Mesmo aquelas que estão bem lá no fundo.
Eu sei que é muito mais difícil ficar retido,
Pois a natureza humana vai noutro sentido,
Mas lutar contra ser animal não é o cúmulo.
Hoje, quando vou visitar seu pobre túmulo,
Eu vejo, em mim, uma revolta que acumulo,
Pois não foi, igual a mim, um ser contido.