A morte de um pardal
Pobre pardal! Lamento a tua sorte.Em plena rua da cidade grande,
em meio ao frenesi que lá se expande
foste encontrar (com que rudeza) a morte!
E, assim, cruel e horrivelmente finas!
Tu que podias jazer, tranquilamente,
na relva acetinada das campinas,
beijado à luz do sol, dourado e quente...
Tu, que nasceste p’ra beber nas fontes,
Comer o fruto sazonado e puro,
num mundo livre, muito mais seguro,
Deixar quiseste os largos horizontes,
vivendo de migalhas e tudo mais...
Água bebendo, podre, nos quintais...
Brasília (DF), fevereiro de 2012.