A morte de um pardal

Pobre pardal! Lamento a tua sorte.
Em plena rua da cidade grande,
em meio ao frenesi que lá se expande
foste encontrar (com que rudeza) a morte!
 
E, assim, cruel e horrivelmente finas!
Tu que podias jazer, tranquilamente,
na relva acetinada das campinas,
beijado à luz do sol, dourado e quente...
 
Tu, que nasceste p’ra beber nas fontes,
Comer o fruto sazonado e puro,
num mundo livre, muito mais seguro,
 
Deixar quiseste os largos horizontes,
vivendo de migalhas e tudo mais...
Água bebendo, podre, nos quintais...
 
Brasília (DF), fevereiro de 2012.

Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 29/05/2012
Reeditado em 30/05/2012
Código do texto: T3694396
Classificação de conteúdo: seguro
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