Sombra
 
Apenas uma sombra que vagueia
na noite escura, sem estrelas, véus,
chorosa e solitária pelos céus
a tremular,  sentindo fel na veia.
 
Perdida e só, pequeno grão de areia,
distante os olhos, vagos, sempre, incréus,
as mãos vazias, sem quaisquer troféus,
andando, sempre ao léu, tristonha e alheia
 
a tudo e a todos. Segue sem destino
tristonha plange, mais que o velho sino,
sem nada que ilumine seus caminhos.
 
Assim se vai, levando seus espinhos,
sem nunca mais ouvir os passarinhos,
cantando sob a luz do sol a pino.
 
Brasília, 28 de Maio de 2012.
Seivas d'alma, página 111
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 28/05/2012
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T3693431
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