Revanche
Ah! o sentimento, como é duro,
é copioso - é sopro, sangue e osso -,
ajoelhado num altar ante os destroços
das manhãs inaugurais da vida!
A lembrança (acintosa lembrança!...)
é tenro abraço de bicho-preguiça;
eco moroso dos olhos, que torna viça
a natureza extinta da nossa infância.
Eu voltaria colecionar perigos, se menino;
mandaria uma jóia verdadeira à namorada;
construiria poemas de bastar-me numa rima...
Na areia, eu dormiria num leito da estrada
sob o sossego da lua – ainda um rosto de menina
que andaria nos céus a vigiar-me o destino.
Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos", ed. do autor, 2004.
Ah! o sentimento, como é duro,
é copioso - é sopro, sangue e osso -,
ajoelhado num altar ante os destroços
das manhãs inaugurais da vida!
A lembrança (acintosa lembrança!...)
é tenro abraço de bicho-preguiça;
eco moroso dos olhos, que torna viça
a natureza extinta da nossa infância.
Eu voltaria colecionar perigos, se menino;
mandaria uma jóia verdadeira à namorada;
construiria poemas de bastar-me numa rima...
Na areia, eu dormiria num leito da estrada
sob o sossego da lua – ainda um rosto de menina
que andaria nos céus a vigiar-me o destino.
Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos", ed. do autor, 2004.