DILACERADO!

 
 
Um sentimento rude, singular,
assola minhas noites de retiro...
Invade-me - enquanto em meu delírio,
almejo tua imagem alcançar.
 
Agarro-me à ilusão – em vão suspiro,
buscando  o teu corpo afagar.
E ao vazio do quarto, me atiro,
tentando nesse mar não me afogar.
 
A cética esperança que havia
de um novo ser que eu fosse, outro dia,
aos poucos se levanta e me abandona...
 
Em transe - o coração dilacerado,
eu largo o corpo pútrido, cansado,
como se dele não fosse mais dona!
 
 
(Milla Pereira)



§Ótima segunda-feira a todos!§