"NÃO A PERCA DE VISTA"
          
Já não existe vida madrinha mais leal e companheira
Que acompanha tudo e todos por uma estrada inteira,
Não existe presença mais constante, nem mais fiel,
Que de repente é a única que faça cumprir seu papel.

Não existe nesta vida algo até que seja parecido,
Que não se envolve nos mistérios, ou deles seja banido.
Não existe nada mais completo, nem mesmo semelhante,
Que nos permita estar tranquilos, menos preocupantes.

Preocupar-nos-emos com certeza, com toda convicção,
Quando dela sentirmos falta de dia, suposta omissão,
Olhando pra frente e pros lados, atrás, sem a encontrar...

E maior inconstância será se à noite ela nos procurar,
Desobedecendo a ordem natural, que é a sua no pedaço,
O de ser ‘sombra’ de um corpo, sem ocupar lugar no espaço...
                            (ARO. 2001)