Musa Imortal
Branca, soturna, gélida e imponente,
De corpo cadavérico — Rainha —
O corpo sepulcral de quem definha,
A lua cheia, lúgubre e languente.
Imaculada Santa tão sozinha,
Dama despida, nua, alvinitente,
Mirífica e lucífera nubente,
A lua morta que eu julguei ser minha.
Da escuridão amante tenebrosa,
Noturna Senhorita livorosa,
Virgem de tantas faces, tão secretas!
Oh Lua dos errantes desgraçados,
Lua dos solitários malfadados,
A Musa ideal de todos os Poetas!
10 de Maio de 2012
* Versos decassílabos no ritmo Heroico.