SONETOS BÁRBAROS (De 8 a 14)

INFINITA TRISTEZA

Ai! Ai! Quanta tristeza que sem nenhuma melodia,

Resolve me dar neste longo caminho a ser descoberto,

Apenas uma coberta fina para o meu destino incerto.

Sei que a viagem é longa durante toda noite e o dia...

Agora estou de mim cada vez muito mais distante,

Sem poder sentir um carinho nem sequer do vento,

Que me leva como inimigo cada vez mais adentro.

Nem o sol que fraco já brilhou não foi tão radiante.

Agora eu olhando a lua que de mim parecia estar escondida,

A dar-me um longo castigo pela minha atitude de malvado,

É a ela que eu pedirei perdão pela pessoa por mim ferida.

Sem saber se minha suplica foi aceita e eu enfim perdoado,

Para que pudesse tirar essa tristeza e culpa da minha vida,

Ainda continuo a minha jornada por este campo desolado.

FATAL IDADE

Por um precinho muito bem camarada e sem ser atraente

Em minha totalidade, pois já estou com as rugas aparentes,

Vendo a minha idade, mas aviso: Faltam-me alguns dentes.

Hoje fiquei o dia todo a esperar, porém só faltou o cliente.

Ainda não estou desanimado porque o tempo que me resta

Uso para sua própria experiência no decurso do dia passado,

Devagar estás vindo ao meu encontro nesse chão tão pisado,

Nem adianta tentar fugir de uma coisa que dizes: Não presta!

Procure relevar essa idéia de que sou uma pessoa descartável

Levando-me para um asilo e não me visitando com freqüência.

Fiz a sua vida, te limpei, eduquei e criei, a mim foi memorável.

Hoje em seu dia-a-dia, esperando estar longe da sua ignorância,

Retrata em vida a nova família que para ti é mais que admirável

E esquece os olhos dos velhinhos que pedem amor e tolerância.

PEDRAS

Nesta nova estrada eu quero caminhar sem pensar em ausência,

Porque lá naquela vida onde deixei para trás o moer do passado,

Transformei as pedras em fino pó, que com o vento foi levado...

Ressurgi mais leve e atraente, daquela inconseqüente experiência.

Quero ter braços fortes, um sorriso gigante, morar num jardim...

Ter muito espaço para poder plantar muitas sementes de amor,

E no desabrochar das belas alvoradas a cada lágrima de mim,

Nesta infinita felicidade, regar a esperança dessa paz em louvor.

Que matem a raiva e a crueldade, a ganância e o desrespeito,

Para que não ofendam nem machuquem o ser humano decente,

Que vive para te agradar neste mundo, no qual o mal faz efeito.

Depois que a esperança vingar, já com uma nova luz presente,

Plantarei um pomar para colher os doces frutos dentro do peito.

Em cima de terra e pedras eu renasci com nova vida radiante...

“AS FADAS BORBOLETAS”

Pirlimpimpando nas flores do meu mundo desenhado,

Vejo as fadas borboletas se alimentando a trabalhar;

Incansavelmente neste esplêndido jardim abençoado,

E diante da beleza de suas asas me ponho a imaginar...

Para onde vai à alma desta pequenina criatura colorida?

Dentro do meu peito um eterno descanso ela poderia fazer,

E no interior do meu finito ser eu ganharia uma nova vida,

Repleta de alegria, cheia de magia para o seu mundo entender.

Mas o seu minúsculo coração é muito maior, não são egoístas,

Pois, eu descobri que elas nos dão um presente muito mais lindo,

Que devagarzinho se transforma, apaixonando as nossas vistas.

A sua última morada é em uma casa que nas cores vai se abrindo...

E entre todas as alegrias faz nos sentirmos gloriosos nas conquistas.

É o arco íris das fadas borboletas que para o mundo vive sorrindo...

RIBEIRÃO DE PIABINHAS

Quando bem jovem eu adorava pegar as piabinhas do ribeirão,

Dentro de um vaso de vidro eu as colocava, para vê-las nadar,

Eram tão lindas e coloridas que me chamavam muito a atenção.

Pareciam fadas mágicas, em variados tons bem vivos a brilhar.

Suas pequeninas bocas procurando o alimento que eu jogava,

Eram as migalhas de pães e farelinhos de milho bem miudinho.

Eu ali naquela admiração, não percebia o tempo que passava,

Todos os dias eu as visitava e tinha por elas imenso carinho.

Vai se arrumar pro colégio menino! Minha avó brigava e dizia...

Bem ligeiro! Feliz, ia estudar, com o pensamento nas piabinhas.

Antes, trocava a água, com pena da pobrezinha que lá morria...

Pensava que a vida dela era igual a minha, pois eram amiguinhas.

Minhas lágrimas eu não soltava, por ser muito inocente não sabia,

Porém, o meu coração mandou libertá-las, para viverem sozinhas.

AMORINHAS SILVESTRES

Naquele caminho pro ribeirão, as amorinhas eu encontrava.

Aquelas frutinhas silvestres eram bem saborosas e docinhas,

E ouvindo os passarinhos, as mais vermelhinhas eu levava.

Eu adorava aquela vida do campo, em fantasias só minhas.

Naquele espaço onde era meu paraíso, tenho boas recordações.

No ribeirão de águas limpas, os beija flores e libélulas a bailar...

A correnteza levava sem pressa de tempo meus dias de emoções,

Sem saber que hoje eu me lembraria, deste meu especial lugar.

Existiam muitas borboletas, formigas, abelhas... Era muito lindo!

De tanto eu por ali vagar, parecia que todas elas me conheciam,

Então eu fingia escutar... Olha! O menino das amoras está vindo!

Depois de muito tempo, lá eu voltei, para ver o que construíram,

Lá havia casas e ruas que estavam em cima do meu paraíso findo

Não só ele foi embora, um pouco de mim ali também destruíram...

MENTIRAS

O sentimento que machuca meu peito é grave, não pode ser desfeito,

Você não me feriu seriamente, não abusou de mim e não me bateu...

Mas, é como se fosse e talvez pior ainda, pois vinha do nosso leito.

As esperanças que eu tinha em você, tudo isso lá no quarto morreu.

Tenho uma coisa para te falar e vou dizer olhando para a sua falsidade...

Um homem deve ser muito fiel e verdadeiro para nunca enganar a gente.

Ande muito... Além do que tu imaginar, mas nunca vais ver a felicidade.

Eu já estou muito distante dos teus embustes intermináveis, felizmente!

Eu fui à calma que te buscou, fui à maravilhosa verdade encantada,

Dentro do meu corpo só havia a dedicação e você era a minha vida,

Procurei o que nunca tinha encontrado, um homem para ser amada...

Mas, descobri enquanto durou nosso curto romance, que eu fui atingida,

O que vivia no seu coração era pouco de mim e de uma forma enganada.

Deixei de em ti existir, pois o meu amor para você era mentira, fui traída.

Setedados
Enviado por Setedados em 24/05/2012
Código do texto: T3686352
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