A SAUDADE E O TEMPO
E vai-se o tempo voando à escuridão,
levando teus resquícios deste mundo
(aromas, mares, toques, risos, chão)...
E engulo secamente outro segundo.
O tempo não me espera, vai veloz.
Eu preso no passado de branduras,
de mimo em passarinho feito em nós
laçados no eternal de nossas juras.
Abrigo-me à saudade persistente
que esculpe tua marca no presente,
no essencial de mim e me poetiza.
O tempo é poderoso, audaz senhor,
mas nada pode contra um grande amor
que em forma de saudade se eterniza.