Soneto ao pessimismo

Da rosa branca e pura que enegrece

ao ar mecânico do dia, lamúria,

nasce uma gota pura que enverdece

a grama outrora seca, morta e dura.

Assim, então, a dor que me entristece

nos dias bens, iguais, triste luxúria

que emana ao mundo e entardece, precoce,

o sol brilhante, vive então penúria.

Acaba o tempo que vivi cantando

com aves, novo ar agora achega-se

com vozes fortes, vem anunciando

o fim do tempo em que vivi voando.

Agora dor e descontentamento, lembra-te.

É o fim dos tempos desse ser humano.

J Neves
Enviado por J Neves em 23/05/2012
Reeditado em 02/06/2012
Código do texto: T3684365
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