Soneto ao pessimismo
Da rosa branca e pura que enegrece
ao ar mecânico do dia, lamúria,
nasce uma gota pura que enverdece
a grama outrora seca, morta e dura.
Assim, então, a dor que me entristece
nos dias bens, iguais, triste luxúria
que emana ao mundo e entardece, precoce,
o sol brilhante, vive então penúria.
Acaba o tempo que vivi cantando
com aves, novo ar agora achega-se
com vozes fortes, vem anunciando
o fim do tempo em que vivi voando.
Agora dor e descontentamento, lembra-te.
É o fim dos tempos desse ser humano.