Intento
 
Amanho o coração das lembranças
Tatuadas em pegadas pelo caminho,
Escritas pelo tempo em pergaminho
Retido no céu, cores e nuanças.
 
Deixo-me ir em nau sem rumo
E, mesmo aflita, não fujo ao prumo.
Mágoas imergem em infindo mar;
No pó de grãos, perdem-se d’olhar.
 
Sentimentos que corroíam mi’ alma
Quebraram-se à salinidade do mar
E o sol, ao vaporá-los, se espalma.
 
Largo-me da nau, torno-me asas;
Leve, retorno-me e, também, à vida;
D’ idos, pelo Tempo, sou absolvida.
 
Sonya Azevedo
Enviado por Sonya Azevedo em 21/05/2012
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T3680117
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