Da Musa
Os ferros que me pôs no cativeiro,
Quebrei-os quando vi você passar,
Era a musa especial que vem do Mar
Pra brilhar bem além do meu luzeiro.
Quis motivos de ir me atormentar
No teu peito ou nos braços do Cruzeiro,
Mas a noite formou-se no cinzeiro
Esta ânsia infinita de ser ar.
A poesia é a máscara da noite,
Quanto menos desejamos nela ser,
Mais a carne penetra nos açoites.
Como pode fugir se vai de amarras?
O poeta é um tal de não saber
Resistir ao poder de suas garras!