Marina da Glória, ontem ao anoitecer. Rio de Janeiro.
NEGRO MANTO
Mora aqui dentro a mágoa do passado,
Rasga-me a alma seu afiado grilhão,
Já sem brilho, meu olhar amortalhado,
Em viagens me leva, p´la escuridão.
Oh! Vida errante! Sombra vinda do céu!
Oh! Aragem sepulcral, como és fria!
Monstruosa tempestade, negro véu,
Sopra até deixar minh’alma vazia!
Na taça da vida um trago de agonia
Grita em mim solitude e recordação,
Aguardo as trevas, não quero novo dia,
Sufoco meu lamento num verso vão.
Na infinita solidão que dói tanto…
Escondi a alegria em negro manto…
(Não deixe de ler os maravilhosos textos dos colegas Paulo Rego e Seminale)
(20/05/2009)
Ana Flor do Lácio
Grata, Miguel Jacó, pela brilhante interação aos meus singelos versos.
EU SENDO TU, FARIA UMA REGRESSÃO
Eu Sendo tu, faria uma regressão,
Vomitava das entranhas todo fel,
Dando nova vestimenta ao coração,
Se despindo do traje dum esmoleu.
Radiações trazendo efeito fúnebre,
Acrescentam tua aura em desalento,
Nem percebes a cada dia sucumbes,
O teu espírito se abriga ao relento.
Tens um nojo inquietante desta vida,
A revelia condenastes a um culpado,
E meramente não curastes as feridas.
Teus rabiscos camuflam a verdade,
Francamente te comportas a granel,
Louve a Deus, o saber esta no Céu.
«Boa noite Ana, seus versos narram com primazia a vida enfadonha que atravessa a sua personagem, Parabéns pela forma contundente que narras este cenário hostil, um grande abraço, MJ.»
(Miguel Jacó)