Revoação
Ó Deus, me diga, onde estão as andorinhas
Que me cercavam nos currais da fazenda
Se pelos céus suas asas eram linhas,
A sua plumagem – a mais delicada renda
Quiçá não andem por aí tão sozinhas!
Quiçá não sejam reféns de alguma tenda!
Aqui te peço: traga estas criaturinhas,
Pois meu desejo chora mais do que a moenda
Nos juazeiros se aninhavam às tardinhas
O céu em prece era uma coisa estupenda!
E meu coração a se rasgar na dor tremenda
O fogão de lenha aquecia lembranças minhas
Na arribação eu quis voar sem asa e prenda
Era o trissar das andorinhas - doce oferenda.
(*)Imagem: Google