PRENDA
Procurei na poesia um lenitivo
para as horas de tédio desta vida.
E ela me deu a teia colorida,
onde palavras de um sentido esquivo
vou colocando nesta voz contida.
Se tudo passa pelo mesmo crivo,
o que me escapa mostra-se alusivo,
porém a essência, guardo numa ermida.
E a nobre deusa (pobre!) sem destino,
nas minhas linhas sofre em seu valor,
porque não sei honrar a sua altura...
Mas é seu dom manter-me até segura,
traz-me o pendor do afeto redentor
que há nos jardins do mundo feminino.
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