PRENDA

Procurei na poesia um lenitivo

para as horas de tédio desta vida.

E ela me deu a teia colorida,

onde palavras de um sentido esquivo

vou colocando nesta voz contida.

Se tudo passa pelo mesmo crivo,

o que me escapa mostra-se alusivo,

porém a essência, guardo numa ermida.

E a nobre deusa (pobre!) sem destino,

nas minhas linhas sofre em seu valor,

porque não sei honrar a sua altura...

Mas é seu dom manter-me até segura,

traz-me o pendor do afeto redentor

que há nos jardins do mundo feminino.

nilzaazzi.blogspot.com.br