NO BARALHO PERDEU TUDO.

No baralho perdia o seu salário;

O sustento da sua própria família.

O sujeito não era perdulário.

Não gastava nem mesmo com mobília.

Porém nunca estava em vigília,

Pois as cartas tivera-as por companhia.

Dispensava ouvir qualquer homília.

Com baralho bem, nunca convivia.

Muitas vezes deixava seus rebentos

Sem comida com a fome terrível

Pro colégio iam sem qualquer alento.

Porque a fome era a grande desgraça

Que tolhia todo bom aprendizado.

Casa não tinha, pois devia na praça.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA – MAIO/2012.