ÁGUA PERENE

ÁGUA PERENE

(Lena Ferreira)

Lave o desgosto dessa tua cara

plante um sorriso no sublime rosto

alma tão pura, sim, alma tão rara

jamais merece provar de tal gosto

Sabor amargo das lágrimas tristes

peito amuado, os olhos tão baços

consolação pr'essa hora, inexiste

é muito triste o romper desses laços

Lave o desgosto na água perene

que a alegria, ao longe, te acene

verás florido, de novo, o jardim

Pedra por pedra, de novo, o castelo

antes ruído, voltará a ser belo

dê tempo ao tempo e terás outro fim

* interação com a obra INFORTÚNIO do recantista Carlos Celso CARCEL