"Rasga meus versos, crê na eternidade."
Bocage
Eu cantarei de amor tão tristemente,
Com versos tão nefastos, tão turvados,
Que até nos corações mais alegrados;
Cravarei os farpões de amor descrente.
Trarei pr'a cada peito dor demente,
Cantando mil horrores, mil enfados,
Desdita de lembrar dias passados:
Que, quão mais ledos são, mais dor se sente.
De amor eu cantarei males diversos;
E, mesmo o coração com mor negrura,
Terá por acrescido mais um dano.
Oh! leitores incautos de meus versos,
Olvidai todos eles, cada agrura:
São só gritos horrendos dum insano.
Canto de amor
Edir Pina de Barros
Eu cantarei de amor com tal ternura,
com versos encantados, transparentes,
que até dos corações dos mais descrentes
retirarei as farpas da amargura.
Trarei, da alegria, a luz mais pura,
que apague a dor das almas e das mentes,
deixando em seu lugar, do amor, sementes
que vicem no terreno da tristura.
De amor versejarei em tons diversos
a fim de serenar ofensas, danos
deixados pelos dias mais bisonhos.
Oh! Tu que lês os meus sonetos, versos
esquece velhas mágoas, desenganos,
e volta a crer, enfim, em novos sonhos.
Brasília, 19 de Maio de 2012.
Livro: ESTILHAÇOS, pg. 60
Bocage
Eu cantarei de amor tão tristemente,
Com versos tão nefastos, tão turvados,
Que até nos corações mais alegrados;
Cravarei os farpões de amor descrente.
Trarei pr'a cada peito dor demente,
Cantando mil horrores, mil enfados,
Desdita de lembrar dias passados:
Que, quão mais ledos são, mais dor se sente.
De amor eu cantarei males diversos;
E, mesmo o coração com mor negrura,
Terá por acrescido mais um dano.
Oh! leitores incautos de meus versos,
Olvidai todos eles, cada agrura:
São só gritos horrendos dum insano.
Canto de amor
Edir Pina de Barros
Eu cantarei de amor com tal ternura,
com versos encantados, transparentes,
que até dos corações dos mais descrentes
retirarei as farpas da amargura.
Trarei, da alegria, a luz mais pura,
que apague a dor das almas e das mentes,
deixando em seu lugar, do amor, sementes
que vicem no terreno da tristura.
De amor versejarei em tons diversos
a fim de serenar ofensas, danos
deixados pelos dias mais bisonhos.
Oh! Tu que lês os meus sonetos, versos
esquece velhas mágoas, desenganos,
e volta a crer, enfim, em novos sonhos.
Brasília, 19 de Maio de 2012.
Livro: ESTILHAÇOS, pg. 60