VISÕES

A borboleta, que vemos entre as flores,

a pousar, aqui e ali, com ar gentil,

ela sói provar também de outros humores,

de outro tipo menos nobre, bem mais vil.

Quando os cadáveres, meros condutores,

deixam escapar o sumo que os nutriu

essas rainhas, das mais diversas cores,

pousam sobre a morte, bebem desse fio.

A vida lembra esse rio indiferente,

cujo desejo, seguir até o mar,

força um caminho, sem nunca se deter.

O rio, das águas, esquece de saber,

bem como a vida, de nós, de se lembrar:

ela só quer perdurar, seguir em frente.

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