Da Alma

É quando a Natureza caprichosa

Prefere não dizer da humana falha

Que pensa que a beleza mais formosa

Jamais será roída na mortalha.

Viver é o suceder de cravo e rosa,

É massa que o arbítrio em si trabalha:

Sublima o que na carne se necrosa,

Adere o que no século farfalha.

Azeite do tesouro interior

Nas horas derradeiras de supor

Lanternas na caverna então acesa.

Sabendo revelar à superfície

Aquilo que o destino jamais disse

À nossa verdadeira natureza.