Teorema

É rico quem de si basta somente,

Se ao risco de perder a garantia

Esperava o nascer do novo dia

Quando a noite aninhava-se na mente.

Não cala no destino o finalmente,

A alma, mesmo unida, já partia

Dizeres de profunda alegoria

Ao fruto verdadeiro do que sente.

É a mesma sensação de um horizonte

Que pensa ser o bolso das estrelas,

Até que para o norte outra desponte.

Assim se faz o humano insatisfeito;

Contempla as vastidões e quer contê-las,

Mas surdo é na voz do próprio peito.