Tormenta

Que faço quando os meus olhos chovem?

Eu sei que eu já não sou bastante jovem,

Mas está em mim este sentimento nobre,

Se não o tivesse eu seria bem mais pobre.

Os olhos avermelhados e muito úmidos

Não brilham mais e neles estão sumidos,

Também, a paixão e o amor, tão amigos,

Que sempre me livraram dos perigos.

Agora chove aqui por dentro, de novo,

Não vejo mais nada e, assim, eu provo

O gosto salgado do mar de meu olho.

Nos meus lábios a tempestade eu colho

Na minha cama vai ficando um molho,

Quando eu fico triste sou eu que chovo?

Le Roy
Enviado por Le Roy em 15/05/2012
Reeditado em 15/05/2012
Código do texto: T3669963
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