Tormenta
Que faço quando os meus olhos chovem?
Eu sei que eu já não sou bastante jovem,
Mas está em mim este sentimento nobre,
Se não o tivesse eu seria bem mais pobre.
Os olhos avermelhados e muito úmidos
Não brilham mais e neles estão sumidos,
Também, a paixão e o amor, tão amigos,
Que sempre me livraram dos perigos.
Agora chove aqui por dentro, de novo,
Não vejo mais nada e, assim, eu provo
O gosto salgado do mar de meu olho.
Nos meus lábios a tempestade eu colho
Na minha cama vai ficando um molho,
Quando eu fico triste sou eu que chovo?