A DOR DO CÉU
Se eu permitisse à chuva que chorava,
por sobre a terra, a dor do céu ferido
e percebesse haver algum sentido
na solidão – e fosse eu mais brava
e enfrentasse a fera; se movido
por minha dor, o céu soltasse a trava
e desse a mim aquilo que negava
e descobrisse um mundo colorido...
Se dessa luz, apenas uma gota
um pouco de alegria respingasse,
sobre o tecido desta vida rota,
– que outra impressão poria sobre a face! –
E a chuva choveria mais marota,
até que a dor do céu se atenuasse...
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