O SER MÃE (RELEITURA)

O corpo carrega a cruz do ofício.

A barriga imensa abraça a alma.

Parir com supremo sacrifício,

e a luz se fará na indizível calma.

Dois corações, perfeita acolhida,

sangue em frequente transfusão.

Verseja a voz de uma nova vida,

o amor na plenitude da criação.

Mãe, que conceber é teu prescrito,

o ser com magnífica vontade,

nobre o ato feminino, restrito.

Eu que não creio rogo a Deus: Piedade!

Não cesse o milagre bendito,

do ceder o ventre à eternidade!