Por não ser mãe, talvez eu não compreenda
É o que sempre ouço, das mães dos outros,
Que os filhos são eternas crianças, mesmo que tenham setenta.
Por não ser mãe, talvez eu não sinta
É o que sempre ouço, das mães que vivem sofrendo
Que sempre perdoam aos seus filhos tiranos,
E assim passa a grande marcha das mães, de todas as idades
De todas as raças de todas as qualidades,
Mas talvez essas mães todas unidas, não conheçam a Mãe de verdade
A mãe do mundo, que traça nossos caminhos, e retira deles os espinhos.
E quem sabe por não ter a mesma responsabilidade que tantas mães no mundo
Possa ver e sentir, compartilhar e servir, a este ser do céu na Terra dos homens.
Não reverenciar um estado, nem viver um estágio, de dor e amor misturados
Mas, e somente por hipótese, olhar a cada ser humano como um filho desgarrado
Porque assim é que somos, filhos perdidos, nas muitas estradas das muitas vidas que temos
E ao olhar uma mãe ou ouvir seu queixume, só posso lhe abençoar o fardo.
Di Sáthya Memorare, para todas as mães da Terra e para além dela.