Tarde de Maio
Inocente ciranda de meninas.
Carinhosa, a brisa nos palmares.
Pontilham-se de cores as campinas
e enfeitam-se de flores os altares.
Indiferente à linda cirandinha,
sinto aqui dentro em mim, grande vazio.
Talvez porque me encontre assim sozinha,
meu coração está mudo e tão sombrio!
Meu Deus! De mim afasta o pesar vil !
Que a brisa passe sempre levemente
e na minh’alma brilhe o sol do estio.
Faze que tudo mude de repente:
Do peito meu retira o véu tão frio
e a alegria chegue finalmente!
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Maria de Jesus. Fortaleza, 11/05/2012