Ciúme
Eu sei que às vezes firo
o que pra mim é mais precioso.
E os pés pelas mãos atiro
a me torturar num ciúme danoso.
E da situação, então, infiro
que sou injusto, cruel, impiedoso.
Fico a cismar, entre meus suspiros,
como o ciúme me é tão venenoso.
E dói-me a alma, de onde tiro
o arrepender que vem espinhoso
a me rodopiar num gira-giro.
E você, meu bem mais precioso,
cujo saber eu sempre admiro
a me perdoar, mesmo lhe sendo custoso.