Puerilidade perdida
Lembro tanto dos meus tempos de criança,
Pois mesmo que a vida fosse uma balança,
Eu acreditava em tudo, eu vivia d'esperança;
Para mim a vida parecia uma eterna dança.
Hoje nós vivemos neste mundo de violência,
Porque o que nós vemos é que a indecência
É melhor vista, infelizmente, que a decência;
E isso vai deixando na vida uma pendência.
Então me lembro, tão bem, como eram calmas
A tarde e a noite, e apenas o bater das palmas,
De jeito forte, era que chamava nossa atenção.
Mas hoje vamos vivendo em diferente situação,
Qualquer som alto assusta, e toda boa intenção
Foi-se com a criança; acabou a paz das almas.