AZUL AUSENTE

“Verificar o azul nem sempre é puro.”

(Do azul, num soneto_Alphonsus de Guimaraens Filho)

E não havia azul mais, no meu mundo...

Nenhum azul na noite sem estrelas

e nem no mar, nos rios e nem pelas

pequenas poças d’água... De azul fundo,

não eram mais as flores e querê-las

azuis não me traria o tom rotundo,

o azul sempre tão caro e moribundo

mergulho o meu espírito em corbelhas.

E sem o azul, perdeu-se a luz mais bela;

tudo ganhou a cor da tempestade

– tão cinza a derrubar meu horizonte...

E a cor mais triste, vista bem defronte,

tinge-me os olhos, quando o pranto invade,

falto de azul... Que grande ausência, aquela!