"Nunca mulher nenhuma foi tão bela"

“Nunca mulher nenhuma foi tão bela”

Mas a beleza dela me enganou

Chutou o balde e me pintou a tela

Cuspiu no prato que comeu. Sujou!

Mudou e vive agora na janela

Do casamento, esqueceu-se o que jurou

Não demorou mostrar os dentes a cadela

Não é que a matusquela me chifrou!

Já tentei desistir, mas cadê força?

Ficar sem a gostosa sei que é roça

Na cama ela sempre vem com tudo.

Chifre não pesa e eu não fico tonto

E se nunca apareceu em minha foto,

Se dane quem disser : Olha sou chifrudo!

Josérobertopalácio

Verso entre aspas: Vinicius de Moraes.

“E guarda a marca dos meus dentes nela”

Na cama, disso tudo, é a culpada

A roubar meu sono na madrugada,

Pras dores do prazer, sempre apela.

Vestida com esta pele perfumada

Eu deixo que as ordens sejam dela

E a cada “Ai” eu digo: é ordem dada.

Ah, o cio nunca deixa esta cadela.

E a noite, uma criança, fica grande

O amor pela madrugada se expande

Desse jeito vai acabar com a minha raça.

Nem sei se conhecê-la foi desgraça

Só sei que inda estou vivo, pele e osso

E ela a lamber o meu caroço.

Josérobertopalácio

Verso entre aspas: Vinicius de Moraes

“E lúbrica em meus braços e nos seios”

Aos meus anseios a esperança do seu dom

Danço ao tom dos seus manejos em meus arreios

E em mil rodeios ela faz meu mundo bom.

Pele marrom! Deslizo e perco os freios

E a deixo conduzir-me; meu guidom

Embaixo do edredom encontro os meios,

De seu seio em minha boca ser bombom.

Calam-se nossas vozes, amor apenas

Amenas as uníssonas loucuras

Procuras se perdendo, acham cenas

Que apenas o prazer do amor apura.

A sensualidade à flor da pele

Delírio em tais prazeres nos compele.

Josérobertopalácio

Verso entre aspas: Vinicius de Morais.

“Essa mulher que se arremessa, fria”

Trás a magia da força em seu abraço

Qual laço feito nó que não desfia;

Louca mania onde sempre me enlaço.

Me embaraço em seu desejo, u'a agonia;

Sua cortesia a me fazer bagaço,

Um mulheraço achei. Quem diria?

É galeria de prazeres. Agraço!

Devassos seus desejos! Traiçoeiros?

Verdadeiros ou tanto faz se fingidos

Da-me paz o seu amor tão forasteiro,

Altaneiros sempre, seus gemidos.

O seu corpo, em magia esculpido,

Eu me imagino dono... Um convencido.

Josérobertopalácio

Verso entre aspas: Vinicius de Moraes

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 09/05/2012
Reeditado em 09/05/2012
Código do texto: T3659025