Confissão

O teu silêncio é navalha.

O teu olhar é canhão.

Teus gestos são a mortalha

que envolve o meu coração.

O teu sorriso é cimento.

A tua palavra é azulejo.

Os teus toques um tormento

a negarem o meu desejo.

O teu corpo lousa fria.

Tuas mãos sempre a esmo.

A tua boca incolor.

E eu aqui, quem diria,

sem me dar nenhum valor,

Te amando tanto assim mesmo.