Aquela árvore

Ontem desnuda e em convalescência,
dedos crispados, para o alto erguidos,
desesperada em gritos ou gemidos
como a implorar ao vasto céu clemência.

Flores não tinhas, frutos, sombra, nada...
E os homens que buscavam tua fronde?!
Incautos colibris?! E a passarada?
Que é feito deles? Onde, então, se escondem?!

Hoje, porém, a primavera aflora
e tudo há de tornar-se como outrora,
tristeza e dor não tornarão jamais...

Conheço, bem de perto, essas mudanças,
não há entre nós dois dessemelhanças,
nossos destinos não são desiguais!

Brasília (DF), fevereiro de 2012.
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 07/05/2012
Reeditado em 16/05/2012
Código do texto: T3655537
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