Dèjávu

Deito no macio braço que me oferece

e em voz suave sussurro em teu ouvido,

ajoelhada como se estivesse em prece,

vou recitando, leve, nosso amor bandido.

Nascido das querências lindas, loucas,

de anjos bêbados brincando a se fartar

e dos nós que rasgamos com as bocas,

nas nossas trocas insanas, sem parar.

Deitamos, absurdos, em cheias camas,

queimando tudo à volta onde somos par,

clareados do encontro de nossas chamas;

de nossos pecados, das luxúrias de céu,

do amor cigano, ausente, profano de lar

cobertos e acobertados por fogo e mel...