CONTA DE CHEGADA

Não cultuo a tristeza,

Desdenhando a cortejo

Ao invés, vejo beleza,

Na altivez, a gracejo

Vida, peleja diuturna,

Melhor sorvê-la, fel que seja,

Que a morte sombria, taciturna,

A todos assusta e terror enseja

Embora etapa e não o fim

Será conta de chegada,

E o que será de mim ?

Se mal extremos não fiz

Pouco ou nada, todavia,

Na balança deixa-me feliz

Na hora da verdade

Alma dura, doentia,

Deus, tenha piedade !