CALO-ME
Não falo mais de amor ou de ternura,
não quero mais saber de sentimentos;
quero uma solução bem mais segura,
para todo e qualquer dos meus tormentos...
E o que sentir a minha alma escura,
terá desatenção dos desatentos;
serei enfim a simples criatura
que vive a ruminar seus desalentos.
Trarei junto de mim, fero e abafado
o desejo de ser mais verdadeira,
servir-me-ei do apoio de um cajado,
para não resvalar por entre as beiras...
Calo-me de um modo bem calado;
calo esta minha mente fofoqueira.
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