Sononeto.
Sem ter um nós que aporte em um conosco
Entro só, no soneto, um ser intruso
Desnorteado eu me perdi do fuso
Mas vou dar brilho ao verso que está fosco.
Resta à inspiração o lusco fusco
Achar a chave, apertar o parafuso,
Não me farei, enfim, recluso;
Quero o soneto inda que seja tosco.
Arrumando a escrita eu resumo,
Uso o prumo e o castelo não cai.
E rimo Nova York com Xangai
Pois meus versos são pro meu consumo.
Se não animo a excitação do defeito;
Vou batendo no soneto, de efeito.
Josérobertodecastropalácio