Sononeto.

Sem ter um nós que aporte em um conosco

Entro só, no soneto, um ser intruso

Desnorteado eu me perdi do fuso

Mas vou dar brilho ao verso que está fosco.

Resta à inspiração o lusco fusco

Achar a chave, apertar o parafuso,

Não me farei, enfim, recluso;

Quero o soneto inda que seja tosco.

Arrumando a escrita eu resumo,

Uso o prumo e o castelo não cai.

E rimo Nova York com Xangai

Pois meus versos são pro meu consumo.

Se não animo a excitação do defeito;

Vou batendo no soneto, de efeito.

Josérobertodecastropalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 05/05/2012
Reeditado em 04/05/2014
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