Lamento da Terra Perdida

Lamento da Terra Perdida

Jorge Linhaça

Não mais te verei, ó terra querida.

Minhas feridas eu não curarei.

Nunca mais terei a tua guarida

Pois nesta vida de ti me afastei

Quando te deixei, já a mente olvida

Jaz corrompida na falta da lei

Em ti coroei meus anos de vida

Na despedida minh’alma enterrei.

Sou como a folha soprada no vento

Vivo ao relento meus pés são só bolhas

Sou como a rolha do vinho sangrento

Sou o tormento de minhas escolhas

Nas entrefolhas dum livro sebento

Grita o lamento por mais que o encolha.

Salvador, 2 de maio de 2012.