Pôr-do-sol, praia de Ipanema, Rio de Janeiro
Ouvindo: Maria Bethânia: «Sonho Impossível»
SONHO SEPULTADO
Quisera ter na alma florido jardim,
No coração doce aroma de rosas,
Fossem meus poemas alegres prosas
E não tivesse a dor morada em mim…
Quisera ter estrelas no meu céu,
No olhar o colorido das flores,
Ter guardado a ternura dos amores
A quem ao longo da vida disse adeus…
A saudade, no peito, amargurada,
Como folha seca, suavemente,
Vai dançando nas noites, embalada,
P’la memória, numa dança dolente.
O sonho que restou do meu passado,
O mar levou… E o mantém sepultado!
(Sonho Sepultado: apenas uma divagação do meu eu poético)
Ana Flor do Lácio
Grata aos colegas pelas belíssimas interações que vieram iluminar minha sala:
Canta a dor o poeta
Dor que talvez não sinta
Mas por tê-la como certa
Confessa-a, mesmo que minta.
(Paulo Rego)
APENAS UM SONHO
Oh! Dor! Que tortura e não tem fim,
deixando o coração quase sem alma.
Tentando existir, mantenho a calma,
apego-me aos meus poemas, ai,de mim.
Ah! Se me fosse permitido,
alcançar as estrelas lá no céu,
guardaria lá o amor meu,
e meu amor eu não teria perdido.
Aquele sonho agora esquecido,
é como folha de outono ao vento,
que se vai e de repente é passado.
O meu coração ainda entristecido,
manda-me buscar um novo alento,
e esquecer este sonho sepultado.
(Valdir Barreto Ramos)
Quisera escrever soneto tão belo ou mero haikai
contudo,rebelam os meus versos mudos
e de minha pobre alma ,não saem
sofro,que da poesia,tornei-me surdo...
(Seminale)