Âncora
Veja, flor, de qual esperança que eu vivo,
Reencontrar-te é o que faz manter-me vivo.
Não é tão fácil acreditar que isso é possível,
Mas é assim que eu busco manter-me crível.
Me pergunto se ao te rever serei o mesmo?
Ou se por dentro me sentirei jogado a esmo?
Pois, na verdade, já passou bastante tempo
Que eu nem sei se ainda serei teu passatempo.
Te agradar mais uma vez não sei se tenho
A capacidade necessária para tal empenho;
Nem sei mesmo se agrado mais o seu leito.
Se te reencontro mais uma vez será perfeito,
Para satisfazer de vez todo o meu engenho
E aplacar assim a ânsia do meu agitado peito.