A poesia que cala na lágrima que rola

Presa a voz dentro da alma, fala o silêncio,

fala alto, fala com um olhar assim tão calado,

silêncio solitário, triste, angustiado, em choro,

esperou ecos de vozes, talvez saudade e viu só o vazio.

Confirma assim o seu destino, sua sina, infeliz...

calar sua voz, amarrar seu grito, tolher o amor,

quebrar os sentimentos e matá-los um à um,

sem dó, sem piedade, vê-los morrer para sempre.

Sua última esperança se desfaz na névoa das lágrimas

que cravam suas unhas no coração, arrancando a pele,

arranhando seu interior, rasgando o que tem lá dentro.

E cala o dia da noite que chegou, cala o olhar,

cala o coração, o silêncio vem, como pai da morte,

a morte da poesia que cala... na lágrima que rola...

Maria
Enviado por Maria em 31/01/2007
Reeditado em 05/02/2007
Código do texto: T364793