Sem orneio.
Os versos há tempos não me dizem nada
Eu camarada, sempre os tratei bem,
Há trilho e trem, vejo grande a estrada,
Mas, a sumida poesia, não vem.
Alguém aí me diga algum remédio
Pro tédio que me rouba a inspiração
Até minha mão só toca em ré médio...
Nem um pio mais quer dar meu violão.
Solução há de ter para o meu caso
Meu arraso não será pra sempre, creio!
Me norteio, faço as pazes com o parnaso,
Tiro o atraso e nos versos passeio
E sem enleio deslancho no soneto.
Ah, meu canto não parece com orneio.
Josérobertodecastropalácio