SONETO DA PARTIDA

E quando eu novamente olhar esta porta,
assim pela tarde entristecida
e a tua ausência desconhecida
se completar na paisagem morta

andarei pela casa, como andas agora
despreocupada, a varrer lembranças,
a me consumir noutras andanças,
a envelhecer meus sonhos de ir embora.

Teus passos me soarão no silêncio deixado
como fantasmas, e a hora da partida
hei de festejá-la só e embriagado

pois que desta porta entreaberta
nada mais me restará de vida
que não seja uma espera tonta e deserta.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 02/05/2012
Reeditado em 27/05/2014
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