Soneto
Sigo em qualquer tom, sereno ou alto,
Com meu salto indo à base dos céus
Crentes ou ateus rima e frase, de pronto
O lápis eu aponto e enceno os meus.
São plebeus, não os renego na base,
Gesso e gaze aos acenos e adeus,
Sabe Deus: não me apego ao quase,
Ponto e crase vão amenos com os meus.
Longe os breus... Pulmões plenos... Ah voz!
Muitos sóis, o poema não é frio,
Nem vazio e tem planos pra nós
E nem com os nós dessa algema eu pio.
Canto, rio e o soneto eu completo,
Torto ou reto e chego ao fim por um fio.
Josérobertodecastropalácio