Soneto

Sigo em qualquer tom, sereno ou alto,

Com meu salto indo à base dos céus

Crentes ou ateus rima e frase, de pronto

O lápis eu aponto e enceno os meus.

São plebeus, não os renego na base,

Gesso e gaze aos acenos e adeus,

Sabe Deus: não me apego ao quase,

Ponto e crase vão amenos com os meus.

Longe os breus... Pulmões plenos... Ah voz!

Muitos sóis, o poema não é frio,

Nem vazio e tem planos pra nós

E nem com os nós dessa algema eu pio.

Canto, rio e o soneto eu completo,

Torto ou reto e chego ao fim por um fio.

Josérobertodecastropalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 01/05/2012
Reeditado em 12/04/2014
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