Três sonetos amigos.

A linha é certa e a palavra tão torta,

Não importa, o que importa é que é minha.

Não é sozinha e no verso se aporta

Abro a porta ao sabor desta vinha

Que se aninha, me embriaga e me corta

Viva ou morta, o que penso? Advinha?

Se é rainha eu sou gato. E a bota?

Certa ou torta, história da carochinha!

Jogo a Dama ao Valete; quer Rei!

Já rimei noite com o meio dia,

Poesia eu te mando e te peço,

Mesmo inverso há espaço na grei...

Risquei dor e pintei alegria,

A magia sempre foi par do verso.

Josérobertopalácio

O meu verso imerso em fases

Tão diversas quanto pude

Muitas vezes a atitude

Onde o sonho tu me trazes,

No passado ou nos capazes

Caminhares, tudo ilude,

Amortalha a juventude

Ou renasce em mais audazes.

Sendo assim, disperso e unido

O caminho presumido

Vasto enquanto se concebe

Espalhando o que se quer,

Outra vida, e até sequer

Qualquer tom regendo a sebe.

Marcos Loures

É... Desperta o que a lavra comporta

E se é torta inda aporta outra linha!

Mas a minha vã mente, eis, aborta;

Fecha a porta pr’a quem a espezinha!

Quanto à vinha? É ruim, não importa!

’Té já aporta uma rima que é minha:

Carochinha, inglória, está morta...

Ah! Mas corta a saudade, Rainha!

Tem a trama, Palácio! Eu não sei?

Não sou rei, mas me engraço em poesia!

Outro dia mandaste esse verso

E eu reverso o perdi, mas achei.

E da grei quis conter a magia

E a alegria encontrei, Vate inverso...

Ronaldo Rhusso

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 01/05/2012
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T3643615